N
a translação da lua e nesse anoitecer
A deusa busca a sua perfeição
Fosse eu alguma vez a entender
No soprar das árvores a sua ilusão,
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Por esse caminho no rio
Por esse soprar na frescura da noite
Não te percebo o sorriso nem o brilho
Nesse olhar que se esconde não sei aonde,
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Mas é neste pleno canto
Onde rezaram antigos guerreiros
Que as recordações se desfazem num manto
Levado pelo rio em braços verdadeiros,
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Pois a lua mostra sempre a mesma face
Dado que o seu perÃodo de translação
É como vejo em tudo igual
Ao perÃodo de rotação, em torno de seu eixo,
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E é neste soprar do anoitecer de mais um dia
Que se acalmam num circulo perfeito
As tantas paixões nos elos da poesia
Não fosse esse teu olhar um leito.
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João Amendoeira Peixoto (poema e fotografia)