1ªDedicatória Terás tempo para perceber o tempo Os dias, as noites de feitios e formas deliciosas, Porque no momento, Abre-se uma porta para um campo coberto de rosas.
2ª Dedicatória Do sonho à realidade Há um instante que quero que agarres E te leve em pura felicidade, Por todos os caminhos que conquistares.
3ª Dedicatória Que os sonhos se transformem em flores Os medos em bons desafios, Porque vás para onde fores Terás que sorrir e vencer os momentos mais sombrios.
4ª Dedicatória Se acreditares no que pensas com convicção Os sonhos serão aquilo em que acreditas, Os dias serão uma certeza escrita em cada recordação, Que sorriem em conquistas.
João A. Peixoto (poemas e fotografia)
Queria perceber o mundo, as horas, os sons,
Perceber as asas, o mar, as árvores,
Queria perceber a génese das coisas belas, os dons,
Os magos e poetas, as pedras e as cores,
Perceber o gosto, os sabores, a ponte que atravessa o rio,
Perceber a solidão, a amizade, os montes em flor,
As calçadas, os buracos das calçadas, o quente e o frio,
A geometria da vida, o tempo e o amor,
Perceber um nociceptor, perceber tão bem e simplesmente,
E saber, saber tão bem como perceber,
Perceber um sorriso, o que é ser senão gente,
Ser tanto de contente, por sentir, abraçar e ver,
Queria perceber tudo, os dias exactos,
Perceber a chuva junto à minha janela,
Olhar pelo telescópio, ver os astros,
E concluir que tudo é finito, mesmo escrito ou em tela.
João Amendoeira Peixoto
in Apologia, Folheto Edições, 2009.
Por detrás das sombras do jardim,
havia uma flor diferente, radiosa,
era rosa, grinalda, ou talvez a flor de jasmim,
sentada no banco de jardim, era flor silenciosa,
debaixo de uma sombra, ali numa tranquilidade sem fim,
num infinito contido no seu olhar de uma claridade sinuosa,
que sorria sem sorrir nos lábios delicada, a flor do jardim,
a bela que poderia ser rosa, talvez violeta, talvez uma poesia mal acabada,
ali sentada, contemplando um pequeno mundo florido contido em sons de árvores embaladas no vento e em alegres tons florescidos num verde engolido, na sombra de perceber perfeita beleza de ser, do momento do tempo, naqueles olhos esquisitos que se perdem no infinito, numa densa beleza de ser, de cabelos corridos, seios esculpidos, de uma arte de tamanha riqueza, de me perder. João A. Peixoto
A
dormeceria novamente nos teus braços.
Se assim fosse, voltaria a adormecer,
Voltaria a desenhar os traços do teu olhar,
Escutando o teu coração bater.
João A. Peixoto
Na terra do além-mar há corações inocentes e humildade,
Traços faciais doces de pele castanha de uma raça pura,
Coberta por sorrisos de felicidade,
Em florestas infinitas onde o tempo não dura,
Onde rios nus e adormecidos dão a um mar
Resplandecido de virgens praias e rochedos em espuma enchente,
Erguidas em paisagens difíceis de imaginar,
Nascidas em sonhos ilimitados debaixo de um sol mordente.
E nasceram, nasceram sombras de memórias
Definidas por caravelas suspensas
Naquele mundo do acaso e imensas Imagens que fluíram em palavras e depois em histórias.
No entanto, nem o céu nem a terra são implacáveis,
A um homem que devora, Depois, serão apenas memórias saudáveis,
De outro ano, de outro dia, de outra hora.
João A. Peixoto