N
esses teus olhos há um oceano
Que queria desvendar
Não fossem outros ventos
Para me desviar.
João Peixoto
N
um silêncio de sentimentos dispersos
Soltei no vento as palavras de ti
Que se desfizeram em flores e em versos
Depois fui e parti,
Talvez um dia queiras colher
Todos os pedaços caídos nesse rio
Para que não possas perder
O que ainda resta do seu brilho.
João Peixoto (poema e fotografias)
F
osse único o brilho
O leito a folhagem do pensamento
Fosse a vida sem um único castigo
O respirar de um momento.
João Peixoto (poema e fotografia)
E
vaporam-se em vagas recordações
Palavras preenchidas no céu infinito
Por onde caminham guerreiros e os seus corações
De versos e de suor famintos.
Caminham poetas?
Melodias poéticas.
Ali, junto ao rio, uma deusa descansa.
Escreve na água calma,
E enquanto as suas lágrimas se diluem
A margem reflecte a sua alma.
Por que é que ela chora?
Porque ama, e partiu sem mais voltar.
Mas caminham poetas?
Sim, aqui caminham os poetas.
João Amendoeira Peixoto (poema e fotografia)