H
á um despir e vestir das cores,
dos sons, dos tempos, dos sentidos,
das formas talvez também haja gostos
no despir e vestir das palavras esboçadas e ancoradas em papel
ressequidas de feitios e rostos
sem que ninguém as tome,
pois as minhas, quando escritas à noite
são inocentes, parvas e sem nome.
João Amendoeira Peixoto (poema e fotografia)
in Apologia, Folheto Edições, 2009.