Unidos frente ao espelho, os deuses adormeceram num sono temporário ou talvez eterno, mas, imortalizados pelos humanos, imortalizados pelo momento.(Fosse único o brilho,o leito, a folhagem do pensamento
Fosse a vida sem um único castigo,o respirar de um momento.)João Amendoeira PeixotoCONTO - "Na Voz dos Deuses, a Poesia" In Colectânea «LABIRINTO DE ESPELHOS- conto & poesia», EDITORIAL MINERVA 2007.
Queria perceber o mundo, as horas, os sons,perceber as asas, o mar, as árvores,queria perceber a génese das coisas belas, os dons,os magos e poetas, as pedras e as cores,perceber o gosto, os sabores, a ponte que atravessa o rio,perceber a solidão, a amizade, os montes em flor,as calçadas, os buracos das calçadas, o quente e o frio,a geometria da vida, o tempo e o amor,
perceber um nociceptor, perceber tão bem e simplesmente,e saber, saber tão bem como perceber, perceber um sorriso, o que é ser senão gente,ser tanto de contente, por sentir, abraçar e ver,queria perceber tudo, os dias exactos,perceber a chuva junto à minha janela,olhar pelo telescópio, ver os astros,e concluir que tudo é finito, mesmo escrito ou em tela.João Amendoeira Peixoto (poema e fotografias)in POIESIS - Vol. XIV, EDITORIAL MINERVA, 2006.